Precisamos de uma nova maneira de entender o mundo

O século 21 acumula muitas mudanças. Temos hoje a possibilidade de nos conectar com uma rede virtual de qualquer lugar do planeta a qualquer hora e a partir dessa rede podemos falar, encaminhar mensagens e arquivos, ver vídeos, jogar e até simular um outro mundo – este com ares e principalmente dinheiro real, muito real.

Há 50 anos o homem pisou na lua. Conheceu o universo. Explorou o conhecimento e por meio da ciência descobriu e inventou uma gama infinita de remédios, aparelhos eletrônicos, construções, etc. Dizem por aí que a sociedade contemporânea construiu de fato um novo mundo: o virtual.

Hoje, 11,6 milhões de internautas brasileiros passa em média 30 horas por mês em frente ao computador! Incrível não é?

Mas ao mesmo tempo, vemos notícias nos jornais como:

“30% das espécies do planeta enfrentam risco crescente de desaparecerem se a temperatura global aumentar 2ºC acima da média dos anos 80 e 90”

“O mundo tem 195,2 milhões de desempregados, o equivalente a 6,3% de sua força de trabalho”

“De acordo com um levantamento da ONU, 24 mil pessoas morrem diariamente devido a fome e outras 100 mil devido a causas relacionadas com a desnutrição, o que eleva o número total de vítimas anuais a mais de 45 milhões”

“Desde o lançamento do primeiro satélite no espaço até hoje, a humanidade já colocou 5 mil toneladas de lixo em órbita!”

Pois bem, não sei ou melhor não entendo bem o que se passa com as pessoas. O tempo passa e poucos compreendem que a mudança necessária não são em partes pontuais e sim em todo ciclo de existência de uma uma vez só!

Apesar de toda a evolução, o homem continua seguindo o raciocínio mecanicista do século XVIII. O mundo, ou melhor a natureza não é uma máquina e não funciona como um antigo relógio como acreditava Descartes!

A maioria das descobertas humanas estão causando muito mais problemas do que solucionando crises. Ao invés de focarmos em prevenções, ocupamos todo o nosso tempo procurando a parte exata para consertá-lo e não vemos que ela faz parte de um problema maior, de uma crise de percepção do homem moderno!

Pegamos o exemplo da Natureza da Árvore

Um cartesiano olharia para a árvore e a dissecaria, mas ele jamais entenderia a natureza da árvore. Um pensador de sistemas olharia a árvore e veria as trocas sazonais entre a árvore e a terra, entre a terra e o céu. Ele veria o ciclo anual que é como uma gigantesca respiração que a Terra realiza com suas florestas, dando-nos oxigênio. O sopro da Vida, ligando a Terra ao céu e nós ao universo.

Um pensador de sistemas veria a vida da árvore somente em relação à vida da floresta inteira. Ele veria a árvore como habitat de pássaros, o lar de insetos…

Mas se você tentar entender a árvore como algo isolado, ficaria intrigado com os milhões de frutos que ela produz na vida, pois só uma ou duas árvores vão crescer a partir desses frutos.

Já se você ver a árvore como um membro de um sistema vivo maior tal abundância de frutos fará sentido, pois centenas e centenas de animais e aves sobreviverão graças a eles. Interdependência. E a árvore também não sobrevive sozinha.

Para tirar água do solo, ela precisa dos fungos que crescem na raiz. Para sobreviver o fungo precisa da raiz e a raiz precisa do fungo. Se um morrer, o outro morre. E há milhões de relações como essa no mundo, cada uma envolvendo uma interdependência. A teoria dos sistemas reconhece esta teia de relações como a essência de todas as coisas vivas.

Só um desinformado chamaria tal noção de ingênua ou romântica, porque a dependência que todos nós compartilhamos é um fato científico”, Sônia em o Ponto de Mutação.

A idéia é: Fazemos parte de uma teia de relações!

O mundo mudou e precisamos mudar com ele. Ele é um circulo onde todas as coisas estão interligadas, conectadas! Qualquer ação interfere numa série de outras ligações.

Só com uma mudança do todo, conseguiremos provocar uma mudança com resultados preventivos e não intervencionais.

Tudo é uma questão de escolha, qual é a sua?

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